Abres o Instagram e vês uma salada colorida, uma taça de fruta vibrante, uma mão a segurar um smoothie verde. Sem leres nada, sem veres uma legenda com dicas ou objetivos, algo em ti regista essa imagem. E mais tarde, sem grande esforço, talvez escolhas comer uma maçã em vez de abrir aquele pacote de bolachas. Não, não é magia. É apenas exposição. E há evidência a mostrar que ver imagens de comida saudável pode mudar o comportamento alimentar das pessoas, mesmo sem intenção consciente. Não porque alguém nos diga o que comer, mas porque normalizamos o que vemos repetidamente. Mas essa influência pode ir para os dois lados. Sabemos, por exemplo, que o consumo frequente de imagens de corpos idealizados nas redes sociais está associado a distorções da imagem corporal e a comportamentos alimentares de risco. Tudo depende do que vemos… e do que deixamos que nos molde.
E se o mesmo acontecesse com o movimento?
Se veres fruta te faz comer melhor... será que ver pessoas a moverem-se pode ajudar-te a mexer mais?
Imagina um feed onde o movimento aparece de forma leve, quotidiana, imperfeita. Não o treino perfeito ou o corpo atlético, mas alguém a dançar na cozinha, a caminhar enquanto fala ao telefone, a espreguiçar-se no trabalho. E se essas imagens fossem suficientes para alterar a tua perceção do que é normal? Do que é desejável? Do que é possível?
A verdade é que os nossos comportamentos são moldados por normas sociais — mesmo quando não nos apercebemos. Ver repetidamente um tipo de ação faz com que ela pareça mais aceitável, mais comum. É por isso que ambientes onde o movimento é visível tendem a gerar mais movimento. E se o teu ambiente diário é o teu telemóvel, o feed passa a ser parte da equação.
Demasiado do conteúdo ligado à atividade física nas redes sociais reforça uma narrativa estreita: ou estás a treinar intensamente ou não estás a fazer nada que valha a pena. Mas o movimento não vive só no ginásio. Vive nos corredores do supermercado, nas escadas que evitas, nas danças desajeitadas enquanto cozinhas, na forma como levantas o braço para abrir uma janela.
É aí que entra aquilo que procuro fazer nas redes. O meu objetivo não é ensinar técnicas de treino nem promover um ideal físico. É precisamente mostrar o movimento sem a obrigação de “treinar como deve ser”. Mostrar que o corpo pode mexer-se — em qualquer lugar, a qualquer hora, de formas simples e reais. Que o movimento não precisa ser performance, nem esforço, nem estética. Precisa apenas de acontecer.
Imagina um feed onde o movimento aparece de forma leve, quotidiana, imperfeita. Não o treino perfeito ou o corpo atlético, mas alguém a dançar na cozinha, a caminhar enquanto fala ao telefone, a espreguiçar-se no trabalho. E se essas imagens fossem suficientes para alterar a tua perceção do que é normal? Do que é desejável? Do que é possível?
A verdade é que os nossos comportamentos são moldados por normas sociais — mesmo quando não nos apercebemos. Ver repetidamente um tipo de ação faz com que ela pareça mais aceitável, mais comum. É por isso que ambientes onde o movimento é visível tendem a gerar mais movimento. E se o teu ambiente diário é o teu telemóvel, o feed passa a ser parte da equação.
Demasiado do conteúdo ligado à atividade física nas redes sociais reforça uma narrativa estreita: ou estás a treinar intensamente ou não estás a fazer nada que valha a pena. Mas o movimento não vive só no ginásio. Vive nos corredores do supermercado, nas escadas que evitas, nas danças desajeitadas enquanto cozinhas, na forma como levantas o braço para abrir uma janela.
É aí que entra aquilo que procuro fazer nas redes. O meu objetivo não é ensinar técnicas de treino nem promover um ideal físico. É precisamente mostrar o movimento sem a obrigação de “treinar como deve ser”. Mostrar que o corpo pode mexer-se — em qualquer lugar, a qualquer hora, de formas simples e reais. Que o movimento não precisa ser performance, nem esforço, nem estética. Precisa apenas de acontecer.
O que estás a normalizar no teu ecrã?
Se o feed influencia comportamentos, imagina o poder que isso tem. Até vídeos de gente a limpar o chão podem desencadear um pico súbito de energia doméstica (true story). Talvez ainda ninguém tenha estudado o impacto de vídeos de pessoas a arrumar o frigorífico... mas quem sabe se isso não ajuda evitar aquela conversa passivo-agressiva sobre quem deixou cair o iogurte.
No fundo, a pergunta é simples: o que estás a normalizar no teu ecrã? O teu feed reforça a ideia de que o corpo foi feito para ficar parado, ou lembra-te que ele foi feito para se mover?
Aqui fica o convite: faz uma pequena revisão ao que consomes online. Segues contas que te inspiram a mexer? Que te mostram o corpo em ação — real, não estilizado? Se não, talvez esteja na hora de ajustar o algoritmo a teu favor. Até o scroll pode ser uma escolha ativa!
No fundo, a pergunta é simples: o que estás a normalizar no teu ecrã? O teu feed reforça a ideia de que o corpo foi feito para ficar parado, ou lembra-te que ele foi feito para se mover?
Aqui fica o convite: faz uma pequena revisão ao que consomes online. Segues contas que te inspiram a mexer? Que te mostram o corpo em ação — real, não estilizado? Se não, talvez esteja na hora de ajustar o algoritmo a teu favor. Até o scroll pode ser uma escolha ativa!
Fonte:
Muench, J., Allom, V., & Jong, J. (2024). Exposure to Instagram photos of healthy foods increases fruit and vegetable consumption: A randomized controlled trial. Digital Health, 10, 20552076241241262. https://doi.org/10.1177/20552076241241262
Petty, E. M., Wang, Y., & Braganza, D. (2023). The social media diet: A scoping review to investigate the association between social media, body image and eating disorders amongst young people. PLOS Global Public Health, 3(11), e0001091. https://doi.org/10.1371/journal.pgph.0001091